terça-feira, 23 de junho de 2009

A utilidade de Relações Públicas em tempos de crise


"Todo mundo sabe que, em chinês, crise se escreve misturando perigo e oportunidade. Perigos e malefícios da crise que aí está são a paralisia, o pessimismo, o medo do futuro, o medo de investir, o medo de aplicar em sim mesmo. Alguns dos seus benefícios são a revisão de conceitos, a revisão de sistemas, a revisão de posições, a revisão de valores, em face da crise em que se encontra o país, crise que é hoje não um simples pano de fundo mas o próprio meio em que se desenvolve qualquer atividade – e portanto, também os trabalhos de Relações Públicas".

Essa afirmação de Roger Cahen, Assessor de Comunicação Social da Companhia Telefônica da Borda do Campo – CTBC, mais do que traduzir a sabedoria chinesa, ressalta o otimismo de um profissional de Relações Públicas que, nesta fase tão difícil, busca novos caminhos, descobre novos campos onde aplicar a sua criatividade.

Roger confirma, assim, a lição da práxis sistematizada no princípio segundo o qual cada coisa traz em si o seu contrário, cada coisa tem dois lados, o positivo e o negativo.

Com isso também se evidencia, de acordo com José Rolim Valença, Vice-Presidente Senior das Empresas Ogilvy & Mather e Presidente da AAB Ogilvy & Mather, que "a atual situação de crise encerra vantagens e desvantagens, apresenta problemas mas também abre perspectivas e oportunidades. Penso que devemos sempre mostrar os dois lados da coisa, indicar o que há de mau, mas revelar também o que é bom, por exemplo, como a crise está ajudando os consultores. Eu diria mesmo que apareceu um mundo de novas oportunidades.

"Esse conjunto contraditório tem dois aspectos. Um deles, o do mercado, diz respeito aos custos, à importante relação custo-benefício, alvo de preocupação crescente. Com os custos de propaganda cada vez mais altos – conseqüência inegável da crise – para alguns produtos, sobretudo para aqueles que estavam usando de modo ineficiente a propaganda, percebeu-se que ao invés de anunciar parafusos na TV, por exemplo, com um desperdício imenso de mídia, era mais vantajoso trabalhar com coisas mais diretas, como Relações Públicas.

"Tornou-se mais evidente a relação custo-benefício, que já não podia deixar de ser levada em consideração. Descobriu-se que, com a ferramenta de Relações Públicas, chegava-se com mais facilidade a uma relação custo-benefício muito mais compensadora. Por outro lado, a crise exige, em relação ao mercado, uma comunicação mais dirigida, mais setorial, uma dinâmica de grupo."

"O segundo aspecto é o econômico social", continua ele, "com problemas tão graves quanto o do desemprego criando dificuldades para as empresas mas, ao mesmo tempo, abrindo novas oportunidades para a profissão de alguns setores, entre os quais o de Relações Públicas. Quando a empresa se vê obrigada a dar satisfações à comunidade, Relações Públicas é chamada a explicar a economia, a traduzir o ‘economês’, a mostrar que não cabe aos empresários a responsabilidade da dispensa de mão-de-obra, mas à crise, à conjuntura, a atos governamentais, a uma dívida que não é dos patrões, que não é nossa, a um negócio chamado Tucuruí, usina atômica, ou seja lá o que for. E existe também aquilo a quem eu chamo ‘picadinho’, isto é, comunicar pequenas coisas do dia-a-dia, trabalho, em função da crise. E , para isso, é de novo utilizada Relações Públicas".

Maiores informações: http://www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual/relacoespublicas/empresasecases01/0054.htm

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